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domingo, 2 de outubro de 2011

Resumo e crítica do Livro Alienista ( Ana Carolina n° 01)

 Resumo ->Em Itaguaí morava Simão Bacamarte, um grande estudioso de medicina, o maior médico do Brasil. Casou-se com D.Evarista que não tinha nenhum atributo de beleza, mas tinha todas as chances de dar a Dr. Simão filhos robustos e inteligentes. No entanto não aconteceu. Mesmo depois de dietas e ações médicas realizadas por Dr.Simão os filhos não chegaram. Ele então se dedicou ao estudo da medicina e dentro dela se interessou pela neurologia, estudando assim a sanidade e a loucura humana.

Foi então que pediu licença ao governo de Itaguaí para constriur uma residência onde os loucos da cidade se instalariam e seriam tratados favorecendo também o estudo de tal doença. D.Evarista tentou desiludi-lo inventado uma viagem ao Rio de Janeiro, mas ele não cedeu.
Assim foi inaugurada a Casa Verde. D. Evarista na semana de festa da inauguração era como uma rainha, mas depois começou o trabalho e Dr. Simão dedicava-se ao estudo dos seus loucos arduamente, e assim, passaram-se dois meses e D. Evarista sentia-se uma desgraçada e logo caiu em melancolia. O marido, a fim de tirá-la desse estado, concedeu-a uma viagem ao Rio de Janeiro. Acompanhando-a foi a tia e a mulher do boticário, amigo íntimo de Simão, e toda uma comitiva.

Dr. Simão estudava mais ainda e se dedicava. Foi então que começou o terror em Itaguaí, foi levado à Casa Verde, Costa. Ele havia recebido uma herança que dava-lhe para viver até “o fim da vida”, mas gastou-a toda em empréstimos aos outros indo para a miséria.Todos surpreenderam-se com a prisão de Costa, já que esse era um homem são. Quando a prima foi pedir pelo primo acabou também sendo levada presa. Depois prenderam Mateus, o homem apenas tinha uma bela casa com um belo jardim a qual vistoriava cedo e à noite repousava para que os outros admirassem a ele e a casa.
A comitiva voltou com D. Evarista e a mulher do boticário. Ela era a esperança da cidade de que Simão parasse com suas prisões. No entanto, em um jantar, um rapaz que discursou glorififcando D. Evarista foi levado preso à Casa Verde. Nesse ponto o povo se revoltara e seguindo ao barbeiro formaram um grupo que gritava contra Dr. Simão e sua Casa Verde.

Chegaram a casa dele gritando a sua morte, pediram a liberdade dos detentos, ao que Simão negou. Foram então para a Câmara, no caminho encontraram as tropas do governo, mas logo esta se pôs ao lado do povo e foram ter com o poder. Esse foi derrubado e o líder da revolta, o barbeiro Porfírio, foi posto no poder. No entanto ação nenhuma foi tomada contra a Casa Verde e mais homens foram encaminhados para lá. João Pina foi ao poder, nisto veio uma força mandada pelo o vice-rei e Porfírio foi levado pra Casa Verde e mais muitos homens. Por fim até a esposa, D. Evarista foi condenada por algum tipo de loucura e levada também.

Depois de algum tempo todos os loucos foram postos fora, e as famílias foram restituidas. Foram então levados à Casa Verde aqueles que “gozavam do perfeito equilíbrio de suas faculdades mentais”. A câmara aprovou o projeto por um ano para realização de experiências.

No fim do tratamento todos foram postos fora e Dr. Simão concluiu que os cérebros bem organizados récem curados eram desequilibrados como os outros e que em cada cérebro havia os dois. Depois de tal conclusão Dr. Simão viu nele o perfeito equílibrio mental e confirmado tais coisas pelas pessoas, se deteu na Casa Verde para estudar-se e morreu ali após dezessete meses. Boatos diziam que o único louco que havia em Itaguaí foi o Dr. Simão Bacamarte. 

Crítica ->  Para muitos críticos, O Alienista se classifica como uma novela; sem dúvida, levados pelo número de páginas que em algumas edições, chega a mais de oitenta. Outros, conduzidos pela análise íntima da narrativa, classificam-na entre os contos machadianos, no que estão certos.
Já foi dito que o mergulho machadiano na mente de suas personagens, montando um micro-realismo, torna-o cego para questões sociais. No entanto, o presente conto é prova de que no nosso grande escritor o que ocorre é a soma desses dois campos. A personalidade é influenciada por forças sociais; por sua vez, a sociedade é influenciada por razões psicológicas. Dessa forma, podemos entender a literatura machadiana como expressão de problemas psicossociais.
Dentro desse esquema, pode-se até enxergar uma semelhança entre o autor e o protagonista, Simão Bacamarte, pois, como alienista (entende-se por alienista o médico que se especializava em cuidar de problemas ligados à mente, algo como hoje seria o serviço de um psiquiatra), está preocupado em analisar o comportamento dos habitantes da cidade em que está instalado e como a conduta influencia as relações sociais.
O mais interessante é notar aqui o caráter alegórico, ou seja, representativo que a narrativa assume. Tudo se passa em Itaguaí, pequena cidade do interior do Rio de Janeiro, durante o período colonial. Cria-se um clima de “era uma vez, num lugar distante...” Dessa forma, o que se passa nessa localidade é o que no fundo ocorre em toda nossa civilização.


Ana Carolina Nemer  n° 01

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